sábado, 26 de março de 2011

Sic - grande reportagem " Inventores por conta própria "









Londreira diz ter encontrado " A solução para a crise "

 Quem diria que uma das soluções para a crise em Portugal pode estar no “simples pedido de um talão de compra”?
Com este projecto denominado ‘Equidade Fiscal/Social’, Manuel Londreira acredita ter encontrado uma forma de combatera evasão scal que, anualmente, lesa o Estado em 40 mil milhões euros.
A ideia é do inventor sanjoanense, de 48 anos, que reside há já algum tempo na cidade de
Oliveira de Azeméis, e foi ganhando consistência com a ajuda de Victor Dias, um amigo de longa data, que é técnico oficial de contas.
Assim, segundo Londreira e Dias, para ‘dar a volta’ a esta conjuntura económico-social que se vive presentemente, “a administração fiscal terá de implementar em cada repar tição de finanças um data center regional, que recebe e regista os resumos das vendas efectuadas em tempo re al, assim como um datacenter nacional, que absorve todos os dados regionais”.
Também todos os sujeitos passivos de IVA terão de ter “um terminal, móvel ou xo, consoante a actividade, que enviará a informação via Internet ou GPRS, para transferência de dados em tempo real”.
E qual é o papel do cidadão no meio disto tudo? A ele “caberá validar este projecto, através de um simples pedido de um documento de venda, seja talão, venda a dinheiro ou factura”.
Ao fazê-lo, “ cará habilitado a um prémio no valor de 1.000 euros, atribuído diariamente a cinco pessoas por município”(cada uma arrecadará 1.000 euros).
“A atribuição do prémio será feita por sorteio, a cargo das repartições de finanças através do próprio ‘datacenter regional’, sendo divulgado pela Internet, outdoors publicitários, jornais regionais ou qualquer outro meio de comunicação”.
Caso o prémio não seja levantado, o montante em causa “será pago a quem emitiu o documento, como incentivo e forma de premiar a sua transferência fiscal”.
Deste modo, no entender de ambos, impedir-se-á que o agente económico fuja ao pagamento do imposto. Além disso, far-se-á com que a pessoa que ganhou o talão premiado volte ao estabelecimento e volte a consumir, promovendo a eco nomia nacional.
De acordo com as contas feitas por Londreira e Dias, o projecto ‘Equidade Fiscal/Social’ permitiria
ao governo obter uma receita de mais de 6 mil milhões euros, o suficiente para pagar 70% das
despesas que aquele tem com o Ministério da Saúde.
Na implementação do sistema e para pagar os prémios, o Estado teria que pagar, respectivamente, 1% e 9% daquele valor.


Esta é uma “ideia que faz todo o sentido”, dizem os dois envolvidos no projecto, sendo preciso apenas que “haja vontade política” para ir avante e ajudar o país a sair da crise. O inventor natural de S. João da Madeira vai mais longe, deixando claro que a sua invenção “é um investimento que o Estado fará, para amanhã tirar proveito dele, e não um custo”.
Mas o sucesso não vai depender apenas da aposta da tutela.
Os portugueses também terão que mudar de “mentalidade”, passando a pensar que, “se compro alguma coisa, quero fazer chegar o imposto que pago ao Estado”.
Para que conste, Londreira é sócio-fundador do N31, sedeado em S. João da Madeira, no edifício onde está instalada a Sanjotec, que é a promotora do Centro Empresarial e Tecnológico sanjoanense. A vontade de criar o Núcleo de Inventores, Investigadores e Investidores surgiu em 2004, o que veio a acontecer cinco depois.
Actualmente, “temos muitos projectos, em todas as áreas, que necessitam de empresas e investidores”, chamou a atenção o responsável do N31, lembrando que “uma empresa só vai para a frente com a inovação".

Correio de azeméis
11 de Janeiro de 2011

Invenção entendida como “um investimento” para o Estado

"Facturação ao minuto" para travar a fuga aos impostos



Manuel Londreira de 48 anos e
Vitor Dias de 50 anos são amigos
de longa data. Um certo
dia, Manuel apareceu junto
a Vítor com uma ideia “maluca”,
como muitos lhe chegaram
a dizer. Perguntou-lhe o que achava e foi
recebido com um levantar de sobrancelha. Projecto
interessante, mas que tocava num assunto
quente e polémico: fraude fiscal. Mesmo assim, a
invenção de Manuel Londreira avançou e ganhou o nome de EquidadeFiscal/
Social.
“Todos os dias se gasta dinheiro, paga-se o
IVA ou, pelo menos, você acha que o IVA é pago
sempre que compra um café”, avança Manuel.
Mas depois de sair de um café, restaurante,bomba
de gasolina, por exemplo, já não poderá ter
certezas de mais nada a não ser da factura que
pagou. Com talão ou sem talão há sempre quem
procure e consiga fugir ao fisco.
O inventor português, a trabalhar em São
João da Madeira, que vai participar mais uma
vez no Salão Internacional de Invenções que decorre
em Genebra, em Abril, tem um sonho
grande: o de ver implementado a nível nacional a
sua mais recente invenção que precisou de um
ano de trabalho para estar finalizada.
Mas o que tem de inovador? É um terminal
(’data center’) através do qual as Finanças poderão
controlar, em tempo real, o que os comerciantes
(grande consumo e retalho) vendem. As
Finanças poderão saber que naquele estabelecimento
acabou de ser vendido um café e um bolo
por 1,60 euros ou uma refeição por 6,50 euros.É
a facturação ao minuto.Não há como fugir ao fisco,
assegura Manuel.
Talões premiados todos os dias
Mas esta invenção vai mais além. A ser implementada
a nível nacional, cada vez que faça uma
compra com este sistema, ser-lhe-á entregue um
talão e mesmo naqueles sítios emque ainda perguntam:
“quer factura?” a resposta passaria a ser
sempre“sim”.Por que no dia seguinte poderia verificar
num qualquer terminal disponível nas lojas,
restaurantes, cafés habituais, se esse talão estava ou não premiado.
Uma espécie de lotaria que
todos quereriam jogar e habilitar-se a ganhar um
prémio em valor. A atribuição deste prémio seria
por sorteio diário que ficaria a cargo das repartições de finanças e do próprio sistema.

Diário Económico
3 de fevereiro 2011